domingo, 15 de agosto de 2010




Não sei quanto a vocês, mas os jingles políticos me inspiram demais.

Sinto uma enorme vontade de sublimar e abstrair minha existência, e partir, dessa pra melhor. A inspiração é tamanha, que quase consigo sentir minha cabeça entrando em choque com a parede, e a dor latente nos ouvidos, causados por essas "melodias", cessando de vez.

Acredito que se fossem realizadas pesquisas fazendo um parâmetro entre o suicídio e as eleições, os índices devem aumentar consideravelmente nessa época de eleições.



Somos bombardeados por músicas (se é que se pode chamar esses jingles políticos de músicas) de todo tipo de político, daquele que quer voltar e daquele que quer entrar, sempre na tentativa ambígua de lavagem cerebral do eleitor, usando estratégias primitivas pra que todos "gravem" seus números, afinal, é a própria mega sena, só que aqui a sorte é a de ser escolhido, não para representar, mas para usufruir de uma vida mansa e nababesca, típica da política brasileira.

Lady Gaga, Luan Santana, até funk carioca tem suas letras (diga-se de passagem, já belíssimas composições) alteradas pra dar lugar a termos totalmente opostos ao de um político brasileiro, como "do povo e para o povo", "respeito", "honestidade" e até "trabalhismo".

As rimas são odiosas, " Ha ha eu vou votar, Ha ha eu vou voootaaar", "123, vote outra vez, 456 você sabe que ele fez". O adjetivos são sempre os melhores: corajoso, honesto, amigo, fiel. É incrível, uma lambança generalizada de canalhice pública e aprovada pela massa. Aquele político que todo mundo sabe que não presta, caçado, que fez fortuna em cima dos cofres públicos, posando de herói e recebendo aplausos. Outros tentam a todo custo enfiar guela a baixo o seu avatar, um político sem expressão nenhuma mas que será a sua marionete no próximo mandato, já que ainda não se pode-se acumular 3 mandatos.

Infelizmente essa impunidade generalizada parece ter conexão com o momento pelo qual passa o país. A economia não foi para o buraco. Milhões de brasileiros recebem o Bolsa Família. A sensação de bem-estar produzida leva os cidadãos a pensar mais no próximo crediário nas Casas Bahia e menos em protestar contra a canalhice na política.



Mas é isso ai, acredito que qualquer lugar com mais de 3 políticos reunidos, além de formação de quadrilha, se gradear vira zoológico, se murar vira presídio, se cobrir com lona vira circo, se botar lanterna vermelha vira puteiro e se der a descarga não sobra ninguém.

Pudera mesmo, num país miserável, não é surpresa a barriga vir na frente da ética e da moral quando se trata de escolher entre ganhar a vida e preocupar-se com políticos indecentes.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Segundo Freud, a projeção é um mecanismo de defesa psicológico em que determinada pessoa "projeta" seus próprios pensamentos, motivações, desejos e sentimentos indesejáveis numa ou mais pessoas. Ocorre quando os sentimentos ameaçados ou inaceitáveis de determinada pessoa são reprimidos e, então, projetados em alguém.

Acredito que na sociedade atual, este seja um dos seus maiores paradoxos. A projeção causa os mais destruidores e devastadores. É a partir disso que julgamos e condenamos pessoas por ver nelas justamente aquilo que mais rejeitamos em nós mesmos.

A projeção psicológica reduz a ansiedade por permitir a expressão de impulsos inconscientes, indesejados ou não, fazendo com que a mente consciente não os reconheça. Um exemplo de tal comportamento pode ser o de culpar determinado indivíduo por um fracasso próprio. Em tal caso, a mente evita o desconforto da admissão consciente da falta cometida, mantém os sentimentos no inconsciente e projeta, assim, as falhas em outra(s) pessoa(s).

Não devemos nunca ter a pretensão de sermos perfeitos, mas costumamos ter uma elevada arrogância ao ver o outro. Por mais distinto, diferente ou provocativo que o outro possa nos parecer, ele também busca viver melhor, aprender mais, e muita vezes só precisa de uma ajuda real pra isso.

Julgar nunca será o caminho. Ricos, pobres, brancos, afro-descendentes, empresários, funcionários, todos julgam e são julgados. Isso só acarreta desarmonia e compromete gravemente a tênue linha social de boa convivência entre os seres.

Para entender o processo, podemos considerar uma pessoa que tem pensamentos de infidelidade durante um relacionamento. Em vez de lidar com tais pensamentos indesejáveis de forma consciente, o indivíduo projeta subconscientemente esses sentimentos no parceiro, e começa a acreditar que o outro é que tem pensamentos de infidelidade ou, até mesmo, que ele/ela tem outros "casos".












Tentar entender o outro, do nosso ponto de vista, ainda nos deixará loucos. A mente humana é uma máquina complexa e imprevisível, onde o melhor que podemos fazer é aprender sobre ela e respeitá-la, num comum acordo de cooperação, participação e respeito entre os seres.

"Aquele que luta com monstros deveria olhar para si mesmo para não se tornar um monstro. E quando você olhar para um longo abismo o abismo também deve olhar para você." Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Caros Amigos,

Segue uma nova fase em minha vida. Agora estarei falando mais sobre temas psicológicos, uma vez que resolvi me render a uma das áreas pela qual sempre tive uma grande afinidade, o de Psicologia.

É excitante pensar em aprender mais sobre Freud, Yung, Maslow, além de neuroanatomia, farmacologia e outros tantos assuntos que nos fazem "viajar".

Hoje vou começar falando sobre estímulo, recepção e resposta. Um resumo de neuroanatomia, psicofisiologia e psicologia geral.


Quando você recebe um estímulo, seja qual for, ele é levado por uma série de nervos ao seu Sistema Nervoso Periférico, e em seguida o Sistema Nervoso Central. Lá ele é processado pelos neurônios e seus dendritos, ao repassarem a informação, entram num processo denominado Sinapseexcitatória ou inibitória; cada uma num sentido diferente, através de impulsos químicos ou elétricos.

Em seguida é emitida a resposta, que passa pelo processo inverso até chegar no local que deve responder ao estimulo, seja de forma motora, fisiológica ou comportamental.


Isso tudo ocorre numa fração de segundo quase que imperceptível tamanha a sua velocidade. Os conceitos de estímulo e resposta não podem ser entendidos separadamente. Qualquer evento do meio torna-se um estímulo se for seguido por uma resposta. 

Estes termos são de fundamental importância para que possamos estudar a relação do meio com o comportamento de forma específica e mais precisa.

O mais interessante nisso tudo é que muitas vezes não assimilamos tais estímulos de forma adequada, o processo fica falho, e temos uma falsa percepção da realidade, chamada ilusão.

Acredito que a paixão seja uma dessas situações em que acabamos por ignorar alguns sinais e interpretar errado os outros.

Há um tempo uma comunidade de orkut me chamou a atenção: "Só sou legal, não estou te dando mole!". Na prática, quantas vezes já nos enganamos ou emitimos sinais errados em situações que envolvem emoção, sentimento, coração.


"Mesmo com tanta sincronia e perfeição do nosso encéfalo e seus fiéis neurônios, na prática somos ainda muito imaturos e inocentes em situações emotivas e sensoriais."

A subjetividade parece estar por aqui com o objetivo de subjulgar o ser humano, justo ele, tão pretensioso em relação ao seu controle, poder e suas capacidades infinitas.

A paixão é real, quem já se apaixonou sabe que a dor é real, o peito aperta, lagrimas caem, e o pior de tudo é nem ao menos poder consultar um médico e se operar. A psicologia é um tratamento indicado, mesmo assim é incrível o poder daquilo que não vemos, não controlamos, mas sentimos, sentimos muito mais que o próprio processo real do nosso corpo.

O sentimento é a nossa vitória e a nossa derrota, é a nossa alegria e a nossa tristeza, é o nosso céu e o nosso inferno, e cabe a nós, somente a nós, lidar da melhor forma pra conviver com esses paradigmas existenciais, pois para ação, a sempre uma reação proporcional e contrária, e nem sempre estamos dispostos a pagar o preço.
 

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