quinta-feira, 4 de junho de 2009



Dom Antônio de Orleans e Bragança, pai de Pedro Luiz, que estava no voo 447, diz que a família busca consolo na oração depois que os destroços do avião foram encontrados.

Pai do príncipe Pedro Luiz de Orleans e Bragança, que estava no voo 447 da Air France, Dom Antônio de Orleans e Bragança disse a ÉPOCA que toda a família está unida e rezando, o que tem confortado a todos. O filho, de 26 anos, havia passado dez dias visitando pais, irmãos e tios no Brasil e voltava para Luxemburgo, onde trabalhava há dois anos.

ÉPOCA – Como está a família diante desta perda?
Dom Antônio de Orleans e Bragança – Conformados. Somos católicos de muita fé e respeitamos a vontade de Deus. Estamos rezando muito e isso tem nos ajudado muitíssimo. Muitas pessoas, em horas de sofrimento como esta, questionam erradamente a bondade de Deus. Penso que meu filho era bom demais, e talvez por isso Deus tenha o chamado para perto mais cedo. O problema é a saudade, que é muita.




ÉPOCA – Como o senhor soube do acidente?

Dom Antônio – Tenho o costume de ligar a televisão para ver notícias assim que me levanto. Na segunda de manhã não foi diferente. Já trocando de canal, vi uma informação pela metade sobre um problema com avião da Air France. Mas não sabia origem e nem destino. Num outro canal, fiquei sabendo que era Rio-Paris. Preocupei-me duplamente, já que, além de meu filho, que tinha partido no voo das 19h30, minha sobrinha Alice tinha ido no voo anterior, de 16h40. Quando soube que era o de Pedro Luiz, chamei a mãe dele. Pedi que ela se sentasse e contei que o avião estava desaparecido. Ela é uma pessoa extremamente calma, mas, como mãe, era impossível que não se desesperasse. Desde então estamos acompanhando tudo. No começo tínhamos esperança de que ele voltasse. Agora essa esperança se foi.

ÉPOCA – O senhor o levou ao aeroporto no domingo?
Dom Antônio – Eu, minha esposa e nossos outros três filhos. Havíamos passado o fim de semana em Petrópolis. No domingo de manhã jogamos golfe e, coisa rara, meus filhos quiseram ficar no meu time. Depois almoçamos e descemos a serra, indo direto levá-lo ao aeroporto. Conversamos sobre o trabalho dele, que há dois anos trabalhava em um banco francês, e também, coincidentemente, sobre fé e religião. Ele me disse que estava feliz e Deus era muito importante em sua vida.

ÉPOCA – Como era o temperamento de Pedro Luiz?
Dom Antônio – Como pai, sou suspeito para falar. Mas quem conviveu com ele também dizia que era um rapaz espetacular. O chefe direto dele me telefonou da Europa para dizer que havia perdido um filho. Os amigos estão inconsoláveis. Ele gostava muito de esportes. Além de golfe e tênis, também jogava futebol muito bem. Torcia pelo Fluminense, como toda nossa família.Também gostava muito de música. Da música moderna, como todo jovem, mas também da clássica, o que era uma fator de união muito grande entre nós. Ele viajava de carro pela Europa ouvindo música clássica e muitas vezes me telefonava e colocava o celular perto da caixa de som para que eu ouvisse o que ele estava ouvindo. Era muito bonito. Vou sentir muita falta disso.

Fonte: MARTHA MENDONÇA - Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/

segunda-feira, 1 de junho de 2009


"Rio de Janeiro, 1 jun.- O príncipe Pedro Luis de Orleans e Bragança, quarto na linha de sucessão da coroa brasileira, figura entre os 216 passageiros do Airbus da Air France que desapareceu ontem à noite quando voava entre Rio de Janeiro e Paris, informaram hoje seus parentes.

Pedro Luis de Orleans e Bragança, de 26 anos, é um dos descendentes diretos de Pedro II, que foi o segundo imperador do Brasil e que governou o país por quase 50 anos até ser deposto em 1889 com a implantação do regime republicano.

A maioria dos descendentes de Pedro II ainda vive no país apesar da origem portuguesa da família real e vários tiveram grande atividade política quando o Brasil realizou, em 1993, um referendo em que os eleitores foram convocados para definir se queriam permanecer no regime republicano ou restaurar a monarquia."

É com grande pesar que presto minhas singelas condolências à nossa família Real e Imperial, nesse momento de dor e tristeza.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Peças foram dadas durante anos a 'única pessoa que podia tocar cabeça' de Picasso.


Uma exposição em Madri traz quadros e objetos colecionados por um barbeiro, todos eles presenteados pelo seu cliente mais famoso: o gênio da pintura Pablo Picasso.

O espanhol Eugenio Arias foi a única pessoa que cortou o cabelo de Picasso durante 26 anos.

Uma das manias do gênio espanhol Pablo Picasso era evitar que lhe tocassem a cabeça. O pintor acreditava que ali estava o centro de seu poder criativo e qualquer interferência poderia ser prejudicial. Por isso manteve uma relação fiel com um único barbeiro.

Esta amizade rendeu a coleção de obras de arte inaugurada na segunda-feira, a mostra do barbeiro de Picasso.

O artista conheceu o barbeiro no exílio, na França, em 1948. Ficaram amigos a ponto de Picasso presentear Arias com quase cem peças.

Conhecido como "o barbeiro de Picasso", Arias guardou a coleção em casa e doou o patrimônio à Espanha depois que o país retomou a democracia.

O pequeno Museu Picasso - Coleção Eugenio Arias foi inaugurado em 1985, com 54 peças, no município madrilenho de Buitrago, onde o barbeiro nasceu.

Fechado em 2007 para uma reforma, ele foi reaberto na segunda-feira com 71 objetos, inclusive fotos e um inédito vídeo em que Picasso e Arias contam como se conheceram.

'Sem bajulação'

O curador da mostra, Antonio Olano, disse à BBC Brasil que a relação entre Picasso e Arias foi de amizade verdadeira porque o barbeiro era das poucas pessoas que não bajulavam o artista.

"Arias não tinha receio de desagradar Picasso e muitas vezes lhe disse que algumas de suas idéias eram porcaria!"

"Era provavelmente o único que não o bajulava e isso Picasso valorizava muito. Tinham conversas francas e cotidianas. Picasso se interessava pela situação dos espanhóis no exílio e de suas famílias que tinham permanecido na Espanha. Esse ambiente ele encontrava no salão de Arias".

Comunistas declarados, o artista e o barbeiro tinham pontos de vista em comum sobre direitos humanos em pleno período de ditadura militar na Espanha. Também eram apaixonados por mulheres e touradas.

A mostra está dividida nessas três áreas temáticas com as obras de Picasso dedicadas a Arias.

O artista chegou a criar objetos especialmente para a decoração do salão e até fez uma caixa de madeira para que o barbeiro guardasse seus instrumentos de trabalho.

Em um dos vídeos da exposição, Arias conta as manias e anedotas do pintor. Entre elas, uma queixa habitual de Picasso - em todos os lugares onde ele entrava, os outros clientes o deixavam passar antes.

"Ele ficava chateado. Fazia questão de chegar ao salão e insistir para ficar na fila. Dizia que o mundo não dava certo com as desigualdades e todo mundo merecia ser tratado igual. Para isso era comunista", contou o barbeiro, que morreu em abril do ano passado.
 

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